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Síndrome do Imigrante – Você conhece?

by Brazil Expat
Síndrome do imigrante

Você já ouviu falar na síndrome do imigrante?

Síndrome do imigrante

Fotografia banco de imagem

Por Renata Castro, Psicóloga Cognitiva Comportamental e Psicologia Positiva

Também conhecida como síndrome de Ulisses, esta síndrome pode ser facilmente confundida com outros transtornos. Seus sintomas podem se agravar se não diagnosticada e tratada corretamente. Pode trazer sérios problemas emocionais e é por isso que devemos falar sobre isso para orientar as pessoas. A busca de ajuda ao sentir alguma coisa parecida com a síndrome será fundamental.

Sabemos que nós brasileiros estamos por toda parte do mundo. Somos mais de 4 milhões e, de uma forma ou outra, deixamos para trás nossos costumes, bem como a família e amigos. A escolha de sair do país, por mais que estejamos animados com as novas possibilidades, naturalmente já traz questões emocionais. É normal sentir medo e insegurança até quando fazemos mudanças mais simples na vida, imagine mudar de país?! Muitas vezes, a realidade que encontramos não é a que esperávamos e precisamos enfrentar desafios e frustrações.

O que é a síndrome do imigrante?

Todo imigrante sentirá algum sofrimento, seja um incômodo com os hábitos do novo país ou até mesmo sentimento de rejeição e tristeza. Porém, na síndrome, esse sofrimento é mais intenso, super estressante, mesmo quando vamos resolver coisas simples, mas que quando não pertencemos ao lugar, é bem mais desafiador. O perigo mora em acreditarmos que estamos exagerando, que é apenas estresse e, por conta disso, não darmos a importância necessária. Esses sentimentos desconfortáveis, no caso da síndrome, não passam.

É um comportamento não equilibrado diante dos desafios, principalmente no início da nova jornada. Todas as situações não previstas se tornam um desgaste imenso. O imigrante, antes cheio de idealizações, passa a se sentir sem saída, desamparado, e não sente mais que sua vida irá melhorar. A quantidade de estresse se acumula e a pessoa chega ao seu limite. Pode-se passar por grandes períodos de insônia, falta de energia, melancolia e confusão mental.

Sintomas

De fácil reconhecimento temos o estresse e a ansiedade que não cessam. Sentimentos de inferioridade e isolamento, tristeza profunda e do não pertencimento são muito comuns. Sintomas físicos também podem ocorrer. Tontura, enjoos, coração acelerado, dor de cabeça. É um mix de sensações ruins e incontroláveis que podem ser confundidas com depressão e ansiedade generalizada. Neste momento, procurar ajuda profissional é o melhor a fazer, facilitando o diagnóstico e o tratamento.

Eu terei a síndrome do imigrante se for morar fora?

Não podemos dizer isso. Nem todo mundo que muda de país terá a síndrome. Isso dependerá muito de como cada um reage frente aos desafios. Não que sejamos fracos ou fortes, mas sim que, mesmo morando no Brasil, uns ficavam mais abatidos que outros numa mesma situação de estresse.

A probabilidade também é menor para aqueles que imigram com uma situação mais controlada. Um emprego acertado, uma bolsa de estudos, moradia já estabelecida, são coisas que facilitam a vida e minimizam as fontes de estresse. A falta de estrutura é fonte de medos e ansiedades em um grau maior. Por isso é tão importante termos um mínimo de autoconhecimento, refletirmos se estamos preparados e sabermos que as coisas vão sair do nosso controle. É impossível uma mudança dessas não ter estresse.

Como posso tratar?

Como dito antes, a síndrome pode ser confundida e não ter um tratamento adequado. Em muitos casos é confundida com a depressão, mas um profissional especializado verá que se trata da mudança de país e, consequentemente, da síndrome. É fundamental que a pessoa entenda pelo que está passando e, assim, se ajudar, evitando acúmulo de estresse por período determinado.

O uso de remédios pode ser indicado, mas só isso não trará a cura, apenas a diminuição dos sintomas. O ideal é que o tratamento una medicação e terapia. É o psicólogo que fará com que o imigrante entenda o que se passa e coloque para fora o que está sentindo. A meta é construir uma visão mais realista e saudável do processo de imigração, aceitar determinados fatos que não poderão ser alterados, entender seu papel e começar a criar sua nova vida com mais leveza.

 

Quer saber mais sobre o trabalho da Psicóloga Renata Castro? Visite: @renatacastropsicologia

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