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Entrevista – Dra Franciane Almeida Villanova – Engenheira Agrônoma e Cientista de Alimentos

by Brazil Expat
Cientista de alimentos

Para essa edição, a Brazil Away convidou a Engenheira Agrônoma e Cientista de Alimentos Dra Franciane Almeida Villanova para falar do seu trabalho em Singapura e de como esse trabalho impacta positivamente a saúde e o bem-estar das pessoas.

 

Dra. Francine - Engenheira Agrônoma e Cientista de Alimentos

Fotografia: arquivo pessoal

Ciência dos Alimentos

A brasileira Franciene Villanova é engenheira agrônoma e cientista de alimentos e atua na área de estrutura de alimentos (Food Structure). Trabalha em projetos relacionados ao desenvolvimento de produtos alimentícios naturais e saudáveis, com foco na melhoria da qualidade dos carboidratos, e no desenvolvimento de carboidratos de lenta digestão, os quais apresentam menor índice glicêmico e previnem a liberação rápida de glicose no sangue. Em Singapura, suas pesquisas são direcionadas à prevenção do diabetes e outras doenças relacionadas à glicemia, visando assim melhorar a saúde e o bem-estar das pessoas e promovendo o envelhecimento saudável.

Quando você começou a se interessar por sua área?

Minha paixão pela área de alimentos teve início em 2007 quando realizei um curso técnico em agroindústria, para saber mais sobre o processamento e conservação dos alimentos e a complexidade dos processos por trás das nossas “deliciosas refeições diárias”. Já que precisamos nos alimentar, todas as melhorias e inovações, especialmente nos alimentos consumidos diariamente, podem impactar grandemente nossa sociedade, o que me deixa encantada por essa área de atuação.

Qual é a sua parte favorita de ser engenheira agrônoma e cientista de alimentos?

Para mim, a parte favorita é poder combinar meus conhecimentos da parte de produção dos alimentos (área agronômica) com o seu processamento pós-colheita e etapas subsequentes até chegar ao consumidor final (área da ciência e tecnologia de alimentos). A combinação dessas áreas de atuação me permite ter uma visão amplificada da cadeia produtiva de alimentos, englobando “do campo à mesa do consumidor”, sem contar os impactos que são gerados na qualidade de vida dos consumidores e na rentabilidade gerada para o país a partir do desenvolvimento de produtos alimentícios inovadores, seguros e saudáveis.

Como é um dia típico para você como engenheira agrônoma / cientista de alimentos?

Em meu atual cargo como “Post-Doctoral Research Fellow”, onde trabalho como cientista de alimentos, um dia típico envolve a realização de análises físico-químicas para caracterização de produtos alimentícios que estão em desenvolvimento (como carboidratos de lenta digestão); participação em reuniões do tipo “brainstorming” com outros pesquisadores da área para geração de novas ideias e produtos que possam atender a demanda dos consumidores e empresas do ramo alimentar; elaboração de relatórios sobre os projetos em andamento e realizar a mentoria de pesquisadores juniores.

Como você está fazendo a diferença na sua área de atuação?

Busco fazer a diferença não só através do meu conhecimento técnico (”hard skills”) mas também buscando desenvolver minhas “soft skills”, como a criatividade, a habilidade de trabalho em equipe e resolução de problemas e o gerenciamento do tempo. Além disso, por trabalhar com o desenvolvimento de produtos alimentícios que podem auxiliar na prevenção e no controle de doenças crônicas como diabetes, acredito estar fazendo a diferença no ramo da ciência de alimentos e contribuindo positivamente para o bem-estar da população local.

Quais você diria que são as maiores mudanças que você viu no setor nos últimos anos?

Com certeza a modernização da produção. A da agricultura de precisão, a criação das “smart farms” , a produção de alimentos protéicos alternativos como “plant-based meat”, e a inserção da rastreabilidade ao longo do processo produtivo, tem alavancado o desenvolvimento do setor. Além disso, a mudança de comportamento por parte dos consumidores mudou significativamente as exigências do mercado, demandando por parte das indústrias alimentícias, uma maior diversificação dos produtos e que sejam produzidos de forma mais “natural” (sem conservantes e aditivos sintéticos) e sustentável.

Qual conselho você daria para brasileiros que têm o sonho de conquistar uma carreira como a sua no exterior?

Eu diria que a chave para estabelecer uma carreira no exterior engloba a especialização em diferentes temas relacionados à sua área de atuação, a realização de intercâmbios para estudar ou trabalhar no exterior (isso permite explorar a cultura e o estilo de trabalho em outros países), o investimento em cursos de idiomas e a ampliação do seu networking dentro e fora do Brasil (seja por meio das redes sociais ou através da troca de experiências, conhecimentos e histórias).

Franciene é formada em agronomia pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel); Especialista em Ciência de Alimentos com ênfase em Tecnologia de Frutas e Hortaliças, e possui Mestrado e Doutorado em Ciência e Tecnologia de Alimentos (UFPel). Atualmente trabalha como Postdoctoral Research Fellow no “Food Structure Team” da “Agency for Science, Technology and Research” (A*STAR-Singapore).

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