Como líder, às vezes ficamos tão ocupados, que negligenciamos as coisas importantes da vida. Ser um verdadeiro líder exige aprendizado constante, requer o aperfeiçoamento de habilidades, como por exemplo desenvolver um nível mais alto de inteligência emocional para navegar em tempos de incerteza. Estabelecer novas dinâmicas de trabalho, liderar mudanças e gerenciar a saúde mental dos funcionários faz parte do dia a dia de um líder, mas igualmente significativo é reconhecer que os líderes também precisam de apoio.
Os líderes suportam muito estresse – muito mais do que as pessoas podem imaginar. Muitas vezes, são os primeiros a receber notícias difíceis e os primeiros a transmiti-las. Esta é uma responsabilidade enorme, e a maneira como as informações são comunicadas pode fazer toda a diferença para o sucesso da equipe.
A pandemia aumentou significativamente a necessidade em manter o estresse em um nível positivo e saudável. Em um nível adequado, o estresse pode ser um excelente motivador, e muitas vezes é o que nos mantém seguindo em frente.
O estresse é um complemento natural do desafio, que nos leva a um outro patamar, sempre acompanhado de desconfortos e aprendizados, mas precisa ser controlado, pois o excesso pode nos levar ao ‘burnout’. Os índices de ‘burnouts’ aumentaram consideravelmente no último ano. Estudos realizados pela Mckinsey mostram que este aumento é geral, porém, com um crescimento maior entre as mulheres.
O bem-estar mental e emocional dos funcionários também cobrou seu preço, destacando a necessidade real de os líderes conseguirem abordar essas questões importantes, enquanto definem novas estratégias e a visão das suas organizações. Não que os líderes não estivessem acostumados a lidar com o estresse e mudanças, mas o cenário atual exige um nível diferente de resiliência, adaptabilidade e agilidade emocional.
Adquirir agilidade emocional e gerenciar o estresse para enfrentar os desafios e, ao mesmo tempo, viver no limite máximo da sua capacidade, é um fator crítico de sucesso. Em essência, os líderes atuais necessitam desenvolver um mindset que favoreça um alto quociente emocional, que os possibilitem priorizar os seus compromissos de maneira consciente e autêntica.
“Ser um verdadeiro líder exige aprendizado constante, requer o aperfeiçoamento de habilidades.”
É aqui que acredito que uma cultura de coaching ativa surge como um forte aliado dos líderes de hoje, ajudando-os a navegar nestes tempos incertos de mudanças. Aqui sugiro algumas maneiras pelas quais você pode incorporar alguns princípios importantes de coaching em seu estilo de liderança:
Ajustando o Mindset do líder
Uma pesquisa da Cornell University e Toronto University revela que existe uma ligação entre EQ (inteligência emocional) e tomada de decisão. Mais especificamente, os indivíduos com um quociente emocional alto são mais propensos a interpretar adequadamente as fontes fisiológicas de informação do que aqueles com um EQ mais baixo, ou seja, indivíduos emocionalmente inteligentes tomam melhores decisões. Considerando o momento de incertezas e instabilidade que estamos vivendo, está claro que EQ é valioso para líderes de qualquer posição e em qualquer setor.
O ajuste do mindset começa com pequenas mudanças, quando questionamos ideias e situações que parecem imutáveis. Com essa curiosidade livre de julgamentos, fazemos escolhas alinhadas a nossos valores e prioridades. Este processo de descoberta, aprendizado e experimentação nos leva ao crescimento e a uma mudança de mindset.
Estudos de muitas áreas diferentes revelam que pequenas mudanças, ao longo do tempo, podem aumentar substancialmente a nossa capacidade de sermos bem-sucedidos.
Empatia na busca de excelência
A empatia é uma ferramenta abstrata que leva a resultados concretos. Para o Dr. Carl Rogers, famoso psicoterapeuta e um pioneiro na psicologia humanista, a empatia significa:
“Entrar no mundo perceptivo privado do outro e ficar completamente à vontade nele. Estar com o outro dessa forma significa que, por um momento, você deixa de lado as próprias opiniões e valores para entrar no mundo do outro sem preconceitos.”
A empatia nos ajuda a ter a capacidade emocional de nos importarmos com o outro, criar conexões e desenvolver relacionamentos com outras pessoas. Para compreender as opiniões, sentimentos, reações, preocupações e motivos dos outros, precisamos utilizar nossas habilidades cognitivas para expandir nossa perspectiva. Importar-se com o outro não significa que concordemos com suas posições, mas que estarmos presentes e sintonizados com o que a pessoa está vivenciando.
A empatia é uma habilidade.
Liderar com empatia pode ajudar no desenvolvimento de relacionamentos positivos, melhorar a capacidade de resolução de problemas, tomada de decisões e levar ao cumprimento de metas com excelência.
Escutar para entender e não para responder
A escuta ativa é a maneira mais democrática e menos autoritária de exercer a liderança, pois incentiva o diálogo. Hoje em dia, com o isolamento social, é mais do que provado que a habilidade de escutar ativamente e empaticamente, além de melhorar os relacionamentos, também conduz a uma melhor produtividade. Existem algumas dicas para os líderes praticarem a escuta ativa:
A) CONCENTRAÇÃO
Estar presente no momento para focar a atenção no que está sendo comunicado verbalmente e não verbalmente, pois os sinais não verbais (posturas, gestos e expressões), muitas vezes falam mais que as palavras. Dedicar-se para ouvir mais e falar menos parece ser um diferencial competitivo para o líder moderno, pois nessa era digital, devido à sobrecarga de informações e falta de tempo, a escuta ativa contribui na retenção da mensagem.
B) A FLEXIBILIDADE
A flexibilidade é uma habilidade importante para se ter como líder, e uma das melhores maneiras de aprender a flexibilidade, é ouvir com a mente aberta. Líderes de sucesso são flexíveis, permitindo mudanças quando necessário. Eles gostam de ouvir outras ideias, diferentes perspectivas e críticas construtivas. Encorajam discussões livres de julgamentos e são agentes de mudança. Na próxima vez que você encontrar sua equipe, amigos ou familiares, comece uma discussão sobre um projeto e, com a mente aberta, ouça o que todos têm a dizer.
Sou apaixonada pelo tema liderança e meu trabalho é guiar líderes nesse processo, para que possam se diferenciar e se destacar no mercado de trabalho e na vida. Acredito cada vez mais que incorporar competências do coaching na liderança é uma ótima forma de ajudar os(as) líderes a serem mais eficazes em motivar e se conectar com suas equipes em um nível mais profundo.
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