Muitas vezes as pessoas possuem o desejo de poupar, de acertarem sua vida financeira, mas não sabem por onde começar. Então veja estas dicas do economista Riko Assumpção para que você assuma as rédeas das suas finanças de forma responsável e segura!
Faça um inventário de onde você está financeiramente hoje.
Anote seus gastos e receitas médias mensais. Liste também suas dívidas e seus ativos. O primeiro passo é sempre saber onde você está.
Defina seus objetivos financeiros.
Finanças não é uma ciência exata, mas uma forma de contar uma história de uma maneira lógica e racional.
Organizar suas finanças é organizar a sua própria vida. Seus objetivos financeiros devem estar alinhados com seus objetivos pessoais: festa de casamento, lua de mel, viagens, trocar de carro, ter filhos ou mudar de país. Tudo fica mais fácil de conquistar quando planejado.
Faça um plano para atingir seus objetivos para melhorar sua vida financeira
Esse será o seu mapa. Reflita sobre o que você precisa fazer para chegar aonde você quer. Divida esse plano em etapas menores e traduza o plano em um orçamento mensal.
Desafie-se a poupar.
Não descanse até encontrar uma forma de poupar todo mês. Seu orçamento tem que ficar no azul. Seja duro e realista com si mesmo e cumpra sua meta!
Se não tiver nada guardado, junte ao menos o equivalente a R$1 mil reais no menor tempo possível.
Esse valor será um primeiro passo para sua futura reserva de segurança. Essa reserva deve ser usada para pequenos imprevistos que podem acontecer. Deixe-a numa caderneta de poupança mesmo. Você não ficará rico com isso, eu sei, mas esse não é o objetivo.
Elimine as suas dívidas para ter uma vida financeira saudável.
Crie uma lista de suas dívidas e vá eliminando uma a uma. Escolha uma ordem: ou da menor para a de maior valor, ou a da mais cara (juros mais altos) para a mais barata. As exceções são os financiamentos imobiliário e estudantil.
Estes você pode manter porque geralmente tem juros subsidiados e abaixo do mercado. Porém, o mais importante é: não faça novas dívidas. Quando você se encontra no meio de um buraco, a primeira coisa a fazer é parar de cavar.
Se prepare com antecedência para os seus gastos não mensais.
Carros quebram, pneus furam, IPTU e IPVA assim como o seguro do carro (sem contar que recebemos às vezes uma multa pelo correio). Material escolar das crianças tem todo ano.
No inverno, geralmente alguém da família acaba pegando uma gripe. Guarda-roupas precisam ser renovados. Celular se perde. Geladeira e micro-ondas quebram.
Todos estes imprevistos podem acontecer. Esteja preparado e não precisará se referir a eles desta forma nunca mais. Separe um valor por mês para estas despesas e evite surpresas desagradáveis.
Junte uma reserva de segurança de no mínimo 3 meses de gastos médios mensais.
Uma vez que tenha juntado R$1 mil iniciais, liquidado as suas dívidas e se preparado para gastos não mensais, comece a juntar para formar uma reserva de segurança equivalente a 3 meses de gastos médios mensais.
Aplique em investimentos com liquidez e baixo risco. Pode ser até mesmo a Caderneta de Poupança, CDB de grandes bancos ou Tesouro Selic.
Comece a construir um fundo para a sua aposentadoria.
O montante pode variar bastante dependendo da sua renda ou idade. Se você começar aos 25 anos, poupe o equivalente a 8% de sua receita. Se começar do zero aos 35, guarde 12%. Aos 45, poupe 20%.
Nunca é tarde demais para começar, mas o desafio aumenta a cada dia que passa, e o INSS – ou equivalente em qualquer outro país do mundo – não será suficiente para manter seu padrão de vida quando você se aposentar.
Volte algumas casas se for preciso para melhorar sua vida financeira.
Se o que você poupa é insuficiente para investir para aposentadoria e em paralelo criar uma reserva de segurança maior, talvez seja preciso repensar sua vida financeira. Corte gastos supérfluos, revise as despesas correntes ou até pense em se mudar.
Numa situação mais extrema, venda seu carro e dependendo de como for, vender sua casa própria pode fazer sentido.
Adicione risco aos seus investimentos assim que tiver formado a sua reserva de segurança.
Encurte o caminho e simplifique a estratégia: invista em ETF de ações, fundos negociados na bolsa e geralmente com baixa taxa de administração. No Brasil, uma alocação em torno de 67% em WRLD11 e 33% em PIBB11 faz sentido, se quiser diversificar seus investimentos entre o mercado global e o brasileiro.
A WRLD11 é um fundo que investe em mais de 9 mil empresas do mundo e mais de 80% são alocados em EUA, Europa e Japão. Já o PIBB11 investe no mercado brasileiro e a taxa de administração é bem baixa.
Procure aumentar sua fonte de renda para dar mais saúde para sua vida financeira.
Hoje em dia as possibilidades são enormes. Crie um negócio em paralelo ou faça seu hobby o remunerar. Esteja aberto a oferecer algo a mais para o mundo e a recompensa virá.
Compre sua casa própria assim que tiver toda sua reserva de segurança, e quando estiver poupando para a aposentadoria e investindo em ações.
Comprar uma casa nem sempre é um bom negócio do ponto de vista financeiro, mas nem tudo precisa ser, não é? Porém, todo investimento pode valer a pena, dependendo do seu momento.
Se você tiver sua reserva de segurança, poupança para gastos de curto prazo e aposentadoria, a casa própria pode ser um bom negócio.
Assuma a responsabilidade por sua vida financeira.
Na maioria dos casos, problemas financeiros derivam de problemas comportamentais. 80% de uma boa gestão financeira depende de mindset. Há pessoas que acham que tudo que acontece na vida delas é culpa de fatores externos. Se você não assumir a responsabilidade pela sua própria vida, nunca construirá um orçamento.
Uma boa gestão financeira requer o sentimento de compromisso e a necessidade de manter o combinado com si próprio, mesmo nos momentos de adversidade.
Não esqueça de ajudar as pessoas no caminho, seja doando parte do dinheiro que alcançar, ou doando seu tempo.
Seja bom o tempo todo e será feliz!
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