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Tania Khalill – Reinvenção após os 40 anos

by Brazil Expat

Tania Khalill  – A mulher de 40 é, mais do que nunca, protagonista da própria vida, da própria jornada.

Mulher, mãe, artista e empreendedora. Será que é possível ter sucesso dentro e fora de casa? Aliar o empreendedorismo com a maternidade é um grande desafio e o sonho de muitas mulheres. Para te inspirar e mostrar que sim, é possível, a Brazil Away convidou a atriz e psicóloga Tania Khalill para contar um pouco sobre seus desafios como mãe e morar no exterior e também sobre o workshop “No Palco da Vida”, focado em mulheres 40+, com muita garra e desejo de se reinventar!

Quem é Tania Khalill?

Sou uma pessoa curiosa, que está diariamente tentando se descobrir em uma nova camada, tentando eliminar padrões que me impedem de ser o meu melhor. Desde criança eu sempre fui muito curiosa com as pessoas e com o que acontece dentro de mim. Sou muito intensa e muito carinhosa, reservada também. Acho que estas são algumas qualidades bem minhas. De resto, sou canceriana e instável. Um dia eu acho uma coisa, reflito, transformo e acredito em outra. Então, qualquer coisa que me define duramente, eu não gosto, porque sempre me reinvento. Estas características de curiosidade, intensidade e amorosidade, vão se manter. Assim espero, porque são qualidades que me definem.

Qual é a sua melhor versão?

Tania Khalill

Fotografia Marcio Amaral e Carol Biazotto

Minha melhor versão é a de hoje. Acho que só conseguimos atingir nossa melhor versão quando a gente parte do presente. Se partimos do ideal, é algo imaginado. É legal projetar os caminhos, se propor novas condutas, mas para transformar, tenho que saber meu ponto de partida. Isso não é retilíneo, andamos para frente e para trás. Muitas vezes há um tempo, eu estava mais incrível que hoje. Mas só posso chegar no amanhã ou no hoje a tarde, estando no presente. Então minha melhor versão é sempre a que estou vivendo no momento, porque é ela que me permite ir em busca do que eu ainda quero, de um lugar real e verdadeiro.

Quais foram os desafios como mãe que você enfrentou ao sair do Brasil?

Moro fora do Brasil há 4 anos e meio. Muitos desafios como mãe. Primeiramente, se reorganizar sem ajuda familiar e sem pessoas em casa para nos ajudar. Mas isso foi pensado. Como sempre viajei muito no Brasil, morando em SP e gravando no RJ, fazendo teatro no país todo e o Jair também, sempre contamos com a ajuda de pessoas incríveis que se tornaram parte da nossa família. Quando mudamos, nosso primeiro objetivo era viver uma nova experiência em família. Um novo local, onde pudéssemos nos reorganizar, reinventar e se rever. Então viajamos os quatro. Claro que estas coisas de comidinha em casa, arrumar a casa, levar as crianças para todos os lugares e de investir em minha carreira em NY ficou muito intenso no início. Até que chegou o ponto que tive que escolher minhas batalhas. Não era possível ter comida fresca orgânica todos os dias. Então eu e o Jair nos revezamos, mas sem ajuda, é muito desafiador morar no exterior. Ao mesmo tempo, nos fortalece muito como pessoas. Percebemos que precisamos de menos, mas esse aprendizado leva tempo. Aprendemos coisas que nunca fizemos. Coisas simples, do dia a dia. E são nestas atividades rotineiras que percebemos lindas coisas sobre nós e nossa família.

Tania Khalill, por que se reinventar aos 40 anos?

Tania Khalill

Fotografia Marcio Amaral e Carol Biazotto

Reinventar pra mim é algo diário porque eu sou questionadora, curiosa, quero entender minhas emoções. Minha mãe é psicóloga, sou formada em psicologia, e meu é pai pediatra, então essa conversa comigo mesma, com o que me faz sentido, como trazer entusiasmo para a minha vida, como viver com mais leveza e gentileza sempre foi uma coisa que me tocou muito, desde criança.

Sempre fui sensível em observar e sentir muito o ambiente e as pessoas, então os 40 anos foi uma grande oportunidade porque estamos fazendo um trânsito hormonal gigante. Não tem mais aquele desejo de chegar e fazer acontecer com a mesma força motriz dos 20 e dos 30. Olhamos a vida com olhar de meio de vida, de qual sentido que quero daqui para frente? Como quero viver o tempo que ainda tenho? O que preciso ressignificar e rever? O que eu quero daqui para frente? Existencialmente, na psicologia se fala que esse meio de vida é um momento grande de reavaliação. Senti muito isso na pele. Veio muito forte. Foi um momento importante na minha vida de unir a psicologia com o teatro.

Qual dica de livros você daria para uma mulher de 40 que busca autoconhecimento?

Mulheres que Correm com Lobos é um livro transformador.

A Insustentável Leveza do Ser do Milan Kundera.

Amo um livro chamado Mãos de Luz da Barbara Ann Brennan que fala sobre trazer conexão com a luminosidade e a divindade que existe dentro da gente e sobre se conectar com uma frequência vibracional alta de emoções e vibrações.

Por que e para quem foi criado o projeto Palco da Vida?

O programa chamado “No Palco da Vida” vem de muita pesquisa. Passei um ano e meio fazendo pesquisa com mulheres com mais de 40 anos para tentar constatar, observar e mensurar características fortes dessa faixa etária, e também os desejos, vontades e valores. Isso obviamente partiu de uma necessidade individual, que fui verificar no coletivo se fazia sentido. É um momento de muita força onde damos menos importância para o que acham da gente, e aos aprisionamentos estéticos que existiam até então, de se enquadrar e se encaixar.

No Palco da Vida busca abrir espaço para a criatividade no nosso dia a dia e cotidiano. Para a gente se rever, deixar de fazer as coisas diárias que não servem mais. Olhar para padrões que nos encaixotam e nos impedem de fazer algo novo. E se não fizermos agora, com 60 ou 70 vai ficar mais difícil se reinventar. Acho que é uma oportunidade muito grande, ainda com força vital e física que os 40 nos dá, de olhar esse panorama do tempo, da jornada, da estrada da vida, e rever.

O projeto é criado para quem quiser se reinventar, para quem é curioso, para quem tem desejo de sair de algo que está amarrando e para quem quer trazer leveza e novos pontos de vista para a vida. Quando queremos mudar do mesmo lugar, é impossível. Mas é possível quando queremos criar, saindo do zero, como criamos um personagem em um palco, quando sabemos o que queremos atrair e fazer novas escolhas. Esse programa não funciona para quem quer mudar do mesmo lugar. É para gente curiosa que quer se reorganizar de um ponto de vista de transformação.

 

 

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