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Imigrar é reaprender a viver! Histórias que inspiram no Canadá

by Brazil Expat

Uma entrevista com Gabriela Oliveira

Por Brazil Expat

Brazil Expat bateu um papo exclusivo com Gabriela Oliveira, esposa de Jacaré, ex dançarino do É O Tchan. Ela nos revelou os detalhes que ajudaram a família a ter um novo olhar para a imigração, confira!

IMIGRAR É REAPRENDER A VIVER

Imigração não é um tema fácil. Envolve muitas decisões, envolve abrir mão de muita coisa. Envolve viver longe dos parentes, com saudade, muitas vezes, em um núcleo familiar pequeno.

Entendo que sermos nós em outro país requer muita ginástica. Temos que reaprender coisas básicas: a comer novos alimentos, a nos relacionarmos – entendendo os valores e o comportamento da população local. Com o novo idioma, temos que aprender até a falar. Não chegamos ”zerados” a um lugar, mas, muitas vezes, me senti como uma criança no meu processo de mudança de país.

Somos baianos. Vivíamos há mais de 10 anos no Rio de Janeiro. Tínhamos carreiras bem definidas e nenhum tipo de dificuldade. Porém, não nos sentíamos seguros no Brasil. Queríamos experimentar como seria viver em um país que nos proporcionasse uma melhor qualidade de vida.

Decidimos nos mudar para o Canadá!

Sair do país de origem é sempre um grande desafio. Sair do Brasil com 2 crianças pequenas deixa o desafio ainda maior.

Então, traçamos um plano: iríamos primeiro como turistas para conhecermos o Canadá, só então decidiríamos se iríamos ficar ou não. Em fevereiro de 2016, viemos para Vancouver. Estávamos muito animados, mas cheios de incertezas e com muito medo do frio.

Eu fui para o curso de inglês acadêmico e meu marido optou por ficar em casa e ter aulas particulares. Foram 6 meses intensos, regados a passeios e muitas descobertas.

 

Após esse tempo, já sabíamos ser em Vancouver que queríamos ficar.

Aplicamos para o visto de estudos e de trabalho.

Voltamos para o Brasil para organizar a nossa saída e, após 20 dias, já estávamos de volta ao Canadá, agora não mais como turistas, mas residentes.

Tivemos vários desafios, aqueles que só descobrimos quando nos propomos a cruzar a fronteira!

Encontrar a moradia e a vizinhança conforme o nosso perfil, escolas para as crianças, abrir conta em bancos, comprar roupas adequadas, aprender a andar de transporte público. Tudo isso em meio a muita dificuldade com o idioma.

Pode parecer bobo, meu maior medo era o de passar frio. Essa adaptação foi mais fácil do que imaginava. É que toda a cidade é preparada para baixas temperaturas, todos os ambientes possuem aquecedores, os casacos são próprios para a temperatura local e as crianças amam o inverno.

Imigrar não é ser “ninguém” no país dos outros, é ser você em seu novo país.

Assim como superar a angústia de passar frio, conforme íamos encarando os desafios, todos os outros medos e receios iam diminuindo. Encontramos escolas para as crianças, aprendemos a andar pela cidade, entrei na escola, encontramos empregos com facilidade – já que o país precisa de mão de obra – e assim tudo foi entrando nos eixos e fomos criando nossa nova rotina.

Hoje entendo que o maior desafio para um adulto imigrante é conviver com a saudade de quem ficou no Brasil e com a falta de coisas regionais que mantemos nas nossas memórias afetivas, como comida, festas e reuniões familiares.

Já para as crianças, não percebi absolutamente nenhuma resistência, nem dificuldade. Eles aprenderam inglês muito rápido, se adaptaram ao clima e à cultura perfeitamente bem. Acredito que, pela idade – na época, Rafael tinha 2 anos e Beatriz 8 meses, ainda não possuíam muitas memórias afetivas a ponto de prejudicar a adaptação. Hoje eles já têm amigos e, com quase 6 anos morando no Canadá, acredito que eles se sintam mais canadenses que brasileiros.

O Canadá é um país que lhe proporciona um recomeço com muita dignidade e altíssima qualidade de vida. Vancouver, em especial, está em meu coração e de portas abertas para todos que possuem idade produtiva e estão dispostos a contribuir com a economia do país.

 

 

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