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Jogos Olímpicos de Pequim 2022 – Se nevasse mais no Brasil

by Brazil Expat
Jogos Olímpicos

Por Deborah Palma – Gestora de esportes e foi observadora nos Jogos Olímpicos de Londres, Rio, NFL, NBA, Roland Garros.

Jogos Olímpicos Pequim - Deborah Palma

Os primeiros Jogos Olímpicos da Era Moderna ocorreram em 1896 e, 28 anos depois, o mundo percebeu que nem só de verão vivia o homem. A primeira competição de caráter mundial a reunir esportes de inverno, aconteceu em 1924, na cidade francesa de Chamonix.

Competiram 250 esportistas, de dezesseis países, tendo Finlândia e Noruega com 28 medalhas, mais do que o total conseguido pelos demais países participantes. Depois, os jogos de inverno passaram a ter a mesma periodicidade dos jogos de verão, cabendo ao mesmo país assumir o desafio de organizar as duas competições no mesmo ano.

Aos poucos, desvinculou-se a obrigatoriedade dessa organização e, em 1986, o COI decidiu também intercalar os Jogos de Verão e de Inverno, realizados sempre nos anos pares.

Em 2022, Pequim assumiu o pioneirismo de ser a primeira cidade a sediar tanto os Jogos de Verão, como os de Inverno. A abertura e encerramento da 24ª edição foram no já conhecido Ninho de Pássaro, porém a competição não ocorreu só na capital. As cidades de Yanqing e Zhangjiakou, distritos montanhosos, foram preparadas para receber diversos eventos.

O torcedor pôde acompanhar quinze esportes, disputados por cerca de 3 mil atletas. Igualmente ao que ocorreu em Tokyo, a China garantiu os atletas em uma super bolha, longe daqueles “bichinhos malvados”. Falando em bicho, o mascote foi Bing Dwen Dwen, um panda bonitinho, escolhido dentre 5.800 propostas de todo o mundo.

Contudo, houve problemas. Além da pandemia, questões políticas invadiram o esporte. Diversos países vêm acusando a China de ferir os direitos humanos, como o caso da tenista Peng Shuai, a perseguição do povo tibetano e dos povos uigures. Por conta disso, Estados Unidos, Canadá, Austrália e Reino Unido foram alguns dos países com boicote diplomático aos jogos.

Os holofotes dos jogos olímpicos

Política à parte, Noruega, Alemanha, Estados Unidos e China continuaram dominando o quadro de medalhas. Mas da Rússia veio o holofote. A patinadora Kamila Valieva, 15 anos, foi acusada de doping, após a conquista do ouro por equipe. Foi quase uma novela a decisão sobre a continuidade ou não na competição. Por fim, a Corte Arbitral de Esportes (CAS) decidiu pela participação, pois “causaria danos irreparáveis ​​a ela nessas circunstâncias”. A decisão não é final, já que há recurso, inclusive interferindo diretamente no ouro conquistado.

No biatlo, o francês Quentin Maillet perdeu a chance de ser o primeiro atleta a ter seis medalhas de ouro na mesma edição dos jogos. Ele, que foi preciso o tempo inteiro, perdeu o caminho do ouro na última bateria, com uma sequência inacreditável de três tiros errados. Outro destaque foi Eileen Gu, de origem chinesa e americana, que participou das provas de esqui freestyle. Representando a China, ela se tornou a primeira atleta a ganhar três medalhas nos eventos do esqui estilo livre. Só que não foi só isso, a linda atleta é ainda modelo, com bons patrocínios, engajada em causas sociais e que irá estudar na famosa Universidade de Stanford.

O Brasil

Jogos olímpicos

Jaqueline Mourão
Fotografia Créditos: Reprodução/COB

Quanto ao Brasil, em sua nona participação, o país teve como grande destaque e promessa futura a atleta Nicole Silveira, conquistando 13º lugar em sua primeira participação. A equipe masculina, no bobsled- 4 homens, também fez bonito, garantindo um lugar no Top-20. Jaqueline Mourão assegurou o recorde de participações olímpicas do Brasil entre todos os atletas, de verão e de inverno, e há quem diga que retornará em Milão-Cortina 2026.

Desta forma, pelas madrugadas, o torcedor teve muito para ver. Fã de esportes de inverno, o brasileiro acompanha com entusiasmo as modalidades esportivas, em especial, o bobsled, o hockey, as diversas provas da patinação, e o queridinho nacional, o curling (aquele esporte da “vassourinha” e da “panela de pressão”).

Há quem diga que o que falta ao Brasil é um pouco mais de neve, aí o mundo conheceria a nossa nação como uma das grandes forças dos esportes de inverno, assim como o faz nos esportes de verão.

 

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